outubro 8, 2024
Assalto em Biguaçu tem Reféns e cenas de cinema foto nsc total

Assalto em Biguaçu tem Reféns e cenas de cinema

Reféns e testemunhas relatam pânico em assalto a banco em Biguaçu. Flagrados quando deixavam agência do Sicoob, os quatro assaltantes trocaram tiros com a polícia, um morreu e os outros três voltaram ao banco para fazer reféns durante assalto

Um suspeito morto, três presos em flagrante e milhares de pessoas perplexas diante da ousadia do quarteto que mobilizou as forças de segurança da Grande Florianópolis no início da tarde de sexta-feira (11). O assalto à agência do Banco Sicoob, em Biguaçu, teve desfecho frustrado para os criminosos e feliz para os 14 reféns, todos liberados sem ferimentos.

A Polícia Científica se dedica agora aos trabalhos periciais para analisar a dinâmica dos fatos. A investigação e o inquérito policial estão com Polícia Civil. As identidades dos suspeitos não foram reveladas.

“Foi aterrorizante, um desespero total”, relata José Rodrigues, um dos reféns do crime ocorrido na agência da rua Getúlio Vargas, no bairro Universitário. “Eu me joguei embaixo da mesa. A gente não espera passar por um momento desses, mas é terrível”, disse.

O caso, que ganhou repercussão nacional, mobilizou em minutos policiais civis e militares, agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), bombeiros, além do IML (Instituto Médico Legal) e Polícia Científica e alterou a rotina de moradores da região.

O assalto ocorreu por volta do meio-dia. De acordo com o delegado Anselmo Cruz, a movimentação dos quatro criminosos foi percebida por um policial civil e um militar que almoçavam no restaurante ao lado do banco. Um dos policiais, que estava à paisana, disse que estranhou quando os quatro rapazes chegaram em duas motos, tiraram os capacetes para entrar na agência, mas não tiraram a touca balaclava. Ele ficou em alerta.

Flagrados, assaltantes voltaram ao banco e fizeram 14 reféns

Minutos depois, quando o grupo já saia do local, com uma quantia de dinheiro também não revelada, foi confrontado pelos policiais e houve uma troca de tiros. O policial civil atirou em um dos assaltantes, que morreu no local, e outro ficou ferido. Foi neste momento que os três criminosos resolveram retornar ao banco e fazer as 14 pessoas que estavam lá de reféns.

Segundo o comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), coronel Richard Westphal, os reféns ficaram em poder dos criminosos por cerca de duas horas. Logo no início, uma grávida foi liberada por ter sido levemente ferida por estilhaços de vidro do banco. Ela foi encaminhada para o hospital, mas logo liberada e está com a família. Os outros 13 reféns só foram liberados por volta das 14h10. Segundo Westphal, todos os criminosos são jovens e têm entre 25 e 35 anos.

Após os momentos de tensão, o marceneiro José Rodrigues relata a reação das pessoas dentro do banco quando ouviram o tiroteio. Diz que estava com a camionete estacionada em frente ao local e foi abordado pelos criminosos, que tentaram fugir com o carro dele.

“Um deles queria que eu pegasse meu carro e fugisse com eles. Eu disse que não ia e eles insistiram”, conta. De repente, ele se viu no meio do tiroteio, diz que por sorte os tiros pegaram em um fio e estragou somente a marcha a ré do carro. “Foram momentos de terror. Após o tiroteio, eles já falaram que perderam, já não tinham mais bala e assumiram”, testemunha. Ele diz que nenhum dos reféns foi agredido.

Moradores e pessoas da região relatam o pânico

Moradora em condomínio em frente, Helena Vieira aguarda todos os dias o filho de 14 anos voltar da escola que fica a 750 metros do ocorrido. Na tarde de sexta-feira, ela notou a demora dele em chegar em casa. “Eu estava na janela esperando meu filho quando comecei a escutar tiros. A princípio, achei que era bombinha, mas percebi que eram muitos e corri para fora preocupada com meu filho. Foi quando vi todo mundo correndo, em pânico. Foi bem na hora do meio-dia e a rua estava bem movimentada”, conta.

Helena diz que o filho está bem. Ele ficou do outro lado da rua com os colegas de classe até a via ser liberada pelos policiais. “O meu sentimento foi de muito medo e agora fica a insegurança. Aqui sempre foi um bairro tranquilo, seguro e agora, de repente, uma situação que nunca imaginávamos”, diz.

Quem também acompanhou a troca de tiros bem de perto foi a assistente comercial, Kimberly Strieski. Ela trabalha em uma distribuidora de alimentos que fica próxima ao local e escolheu o restaurante que fica ao lado da cooperativa para almoçar com as colegas de trabalho.

“Era para ser uma sexta-feira normal. O almoço foi bem tranquilo, mas foi o final foi assustador. Eu já estava no caixa quando reparei um moço atento com uma situação na rua. Logo em seguida começaram os disparos e todos que estavam no restaurante se jogaram no chão. Depois que soubemos o que estava acontecendo. Foi desesperador”, aponta Kimberly.

Sicoob lamenta ocorrido

O Sicoob divulgou uma nota onde lamenta o ocorrido e enfatiza que o bem-estar dos funcionários e cooperados é de suma importância. E garante que por esse motivo, prestou toda a assistência necessária e continua à disposição, em caso de necessidade. Ressalta, ainda, que está colaborando com as autoridades para que o caso seja solucionado o mais brevemente possível.

O ponto deverá ser reaberto na terça-feira (15). Até lá, informa que os cooperados podem seguir com as operações financeiras sem qualquer interrupção, utilizando o App Sicoob ou o Internet Banking. (*Com reportagens de Valeska Loureiro, Ana Schoeller, Karina Koppe e Paulo Metling)

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