Mobilização nacional alerta os homens sobre a importância da conscientização do diagnóstico precoce do câncer de próstata
Há alguns anos o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Sociedade Brasileira de Urologia unem-se em prol da campanha Novembro Azul. O intuito dessa mobilização nacional é alertar os homens sobre a importância da conscientização do diagnóstico precoce do câncer de próstata e difundir informações a respeito da doença e das formas de prevenção.
O urologista Jovanio Fernandes da Rosa destaca que as doenças mais comuns entre os homens acima de 50 anos, além do câncer de próstata, são o câncer de pulmão, as doenças cardiovasculares e as doenças relacionadas ao fígado. “O objetivo da campanha Novembro Azul está focado no câncer de próstata e nas doenças urológicas, mas também na saúde do homem como um todo”, pontua.
O médico explica que os principais maus hábitos relacionados a essas doenças estão atrelados a uma falta de cuidado do homem consigo mesmo.
“Diferentemente da mulher, que tem o hábito do autocuidado e de ir ao médico com regularidade, o homem em geral quase não dá atenção à saúde, além de fazer poucos exames preventivos, procurando o especialista somente em casos extremos. Entretanto, aos poucos esse comportamento vem mudando devido a campanhas como o Novembro Azul”, avalia.
Segundo o urologista, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a dificuldade do homem em seguir uma dieta mais saudável são maus hábitos que estão relacionados a várias doenças cardiovasculares e também a diferentes tipos de câncer, como o de próstata e o de bexiga.
“Hoje a maioria dos homens já sabe dos malefícios desse comportamento desregrado, contudo ainda existe uma prevalência grande na sociedade”, ressalta.
O médico pontua que, em novembro, quando essas informações estão mais presentes na imprensa por meio de reportagens que enfatizam a saúde do homem, eles prestam mais atenção em si mesmos.
“Eu vejo muito em consultório pacientes que, quando um conhecido próximo teve câncer de próstata ou passou por alguma doença mais séria, começam a perceber que isso pode acontecer com eles também e por isso se sentem mais vulneráveis e procuram atendimento médico mesmo sem nenhum sintoma”.
De acordo com o urologista, é comum atender pacientes de 60 e 70 anos que nunca haviam ido ao médico e que estão consultando um urologista pela primeira vez.
“Felizmente esse comportamento do homem está mudando, mas precisa melhorar mais, pois o índice de pacientes que não procuram atendimento ainda é maior do que os que vão às consultas com regularidade, por isso essas divulgações devem ser contínuas para que esse cenário possa ir mudando aos poucos”, destaca.
Homens ignoram exames preventivos
Depois do câncer de pele (não-melanoma), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no país. Segundo pesquisas no Brasil, até 2020 foram diagnosticados mais de 65 mil novos casos de homens com câncer de próstata.
Apesar dos avanços da medicina nas últimas décadas, 20% das doenças ainda são descobertas em estágios avançados.
“Um dos principais desafios para o enfretamento do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Principalmente para aqueles homens que apresentam histórico familiar, eu aconselho que realizem exames genéticos-hereditários, pois houve nos últimos anos uma redução de custos que os tornaram mais acessíveis”, afirma o oncologista Vicente Martorano Menegotto.
Segundo o médico, os principais fatores de risco da doença são idade superior a 50 anos, histórico de câncer de próstata familiar, sobretudo antes dos 60 anos, alimentos com excesso de gordura animal e nichos que têm exposição a alguns tipos de produtos químicos, como as aminas aromáticas (comuns na indústria química, mecânica e de transformação do alumínio) e o arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico).
Para o oncologista, alguns hábitos saudáveis impactam positivamente na prevenção do câncer de próstata e também na saúde geral dos pacientes que convivem durante muitos anos com a doença. Entre as recomendações estão praticar regularmente atividade física, evitando o sedentarismo, não fumar e ingerir bebidas alcoólicas com moderação, ter uma alimentação balanceada, evitando o consumo de gordura animal, e não se expor a produtos químicos.
Diagnóstico e tratamento
Como o câncer de próstata na fase inicial é uma doença silenciosa, ele pode ser diagnosticado com a combinação de dois exames: dosagem PSA por meio de coleta de sangue e toque retal, que permite que o médico identifique nódulos ou tecidos endurecidos.
“Cada vez mais percebo um grupo crescente de homens no consultório que perderam o tabu do exame retal, o que é de suma importância, já que o PSA sozinho não é suficiente para o diagnóstico de câncer de próstata”, afirma.
Além disso, para o médico o tratamento de câncer de próstata deve ser individualizado, e cabe ao especialista, junto com o paciente, avaliar os riscos e os benefícios de cada procedimento, entre eles a cirurgia, a radioterapia e a medicação específica.
A individualização da necessidade de exames periódicos melhora e amplifica a identificação com pacientes com um risco maior de desenvolver a doença, e desse modo será possível delimitar quais homens precisam fazer os exames com regularidade.
(Fonte: NDMAIS.COM.br)
Quer receber as notícias do L90 direto no seu celular? Entre em nosso grupo de notícias no Whatsapp